segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Depois de um natal maravilhoso, harmonioso, mais que perfeito, quase que tudo foi por água abaixo.Certas coisas, aos olhos de quem pouco acredita, parecem absurdas e imprudentes, mas para quem tem fé, as coisas se explicam por ela. Sim, pela fé. Não fé em si mesmo, mas fé em Deus, como um ser que tudo pode, como um ser que faz o impossível acontecer.

Porque estou dizendo isto?

Bem, vou contar...

Hoje quando acordei parecia uma segunda normal, chata como todas as outras... Levantei com preguiça só de pensar no dia que teria, a preguiça e um desânimo se apoderou de mim. Até então tudo normal. Despedi dos meus pais que se preparavam pra pegar a estrada pra Guarapuava e saí com uma chuva chata e mais desanimadora ainda. Cheguei na empresa e aos poucos fui pegando no tranco.

De repente meu celular tocou, era meu pai com a voz bem eufórica, que hora parecia chorosa, hora transmitia pânico... E logo desembestou a falar: filha do céu, fomos abordados no portão quando saíamos pra pegar a estrada, um homem entrou no carro, anunciou o assalto e mostrou uma arma para nós. Mas Deus me deu força, "ranquei" ele de dentro do carro, tomei a arma dele e ele não levou nosso carro.

Algumas observações precisam ser feitas: faz 10 dias que meu pai tirou o carro da concessionária e ainda não tinha seguro, e, não sou a favor que reajam em assalto, essa foi uma situação peculiar.

Enquanto meu pai contava não tive como não cair no choro, foi uma mistura de desespero com o que podia ter acontecido com orgulho de ter um pai tão corajoso, e, também, por conhecer meu pai, sei que ele não é um homem forte, muito menos bom de luta, nunca devia ter brigado na vida, sem contar que ele possui 30% de visão. Só pude constatar que foi um anjo de Deus que lhe concedeu força suficiente pra sair vitorioso desta.

Enfim, certas coisas pra quem tem fé são milagres. E o de hoje foi o milagre do renascimento. Obrigada,  meu Deus!!!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Já fiz muitas promessas a mim mesma que nunca consegui cumprir por muito tempo, a única que mantenho a firme e forte é  a de nunca mais tomar refrigerante. Porém, tenho duas que gostaria de seguir a risca: não apontar os defeitos alheios e não desejar mal a quem quer que seja.

Por não conseguir cumprir essas duas promessas, quase não me sinto no direito de criticar quem comete essas falhas. Mas mesmo assim não vou conseguir me conter. Não sei se me tornei sangue frio demais por viver no mundo jurídico ou se realmente o mandamento divino de não julgar e não desejar o mal ao próximo sejam bem vivos dentro de mim, coisas que papai e mamãe me ensinaram.

Assustei-me ao saber que um ser humano com total discercimento matou um animalzinho fofo e peludo a pancadas. Já tive essa vontade uma vez quando nosso ser peludo me sujou no portão ao sair de casa pro trabalho, mas quando olhei pra carinha dele e vi que pulou em mim por estar feliz ao me ver, só consegui soltar um grito de reprovação, que ele entendeu muito bem e nunca mais pulou em mim de manhã.

O nosso Marvin (cachorro labrador maravilhoso), é como se fosse um membro da família, eu ainda acho que um dia vou abrir a porta pela manhã e ele vai dizer com todas as letras "bom dia, Leila" e não só apenas os choramingos que se parecem com um bom dia.

Infelizmente tem pessoas que não conseguem controlar a ânsia da raiva e agem por impulso e sem razão alguma. Isso é chocante e acontece a todo momento não só com cachorrinhos fofinhos, mas com bebezinhos fofinhos, crianças lindinhas, enfim, o mundo está cheio de gente que não age conforme Deus nos ensina. E vamos ponderar o seguinte: todos os seres precisam de proteção e amor, TODOS! E Deus também nos ensina que não cabe a nós a julgar e desejar o mal, não é nosso dever, temos mesmo é que pedir que a justiça seja feita.

Detesto hipocrisia, gente que bate no peito pra dizer "que morra essa desgraçada" mas que age igualzinho a ela, sem respeito e consideração pelo próximo, destratando e humilhando pessoas. Aí vem pedir por justiça? A gente, por favor, né? Peça justiça, faça isso! Mas somente isso, não atraia pra si coisas ruins desejando o mal como se fosse Deus. Isso é tão repugnante quanto a pessoa que mata criancinhas e animaizinhos...

sábado, 1 de outubro de 2011

Usar transporte aéreo é uma coisa complicada, pelo menos pra mim. Sempre sinto aquele friozinho na barriga no pré-embarque e tenho a sensação de que talvez voar vai ser a última coisa que vou fazer na vida. Nesse sentido, sempre mando mensagens pros meus pais dizendo o quanto os amo. Seria ruim morrer sem ter dito isso a eles. O vôo de 23/09, além das declarações de amor, fez-me pedir perdão de todos os pecados que ainda me lembrava, foi a pior experiência de todas.

Começou pelo tempo fechado em Curitiba e por ter escolhido uma companhia aérea não muito prestigiada, que tem fama de aviões turbulentos. Eu já estava em pânico e ninguém colaborava pra amenizar isto, ao contrário, era todo mundo falando: você vai voar de TRIP? Nossa, aqueles aviões sambam em qualquer nuvenzinha. Eu olhava pro céu e via que o que mais tinha eram nuvens, logo, seria um carnaval até chegar em Campinas.

Foi a 1h mais sofrida e agoniante de toda a minha vida. A decolagem já não foi muito suave, aquele avião baixinho que até eu com meus 158cm consegui bater a cabeça no teto do corredor, parecia não ter turbinas suficientes para a decolagem, tampouco pro resto. Enfim no ar, aquilo chacoalhava tanto que por algum momento pensei que estava de ônibus na BR 116, falando pra mim mesma: que coisa que nunca arrumam essa pista horrorosa. Até que olhava ao lado e me lembrava que estava num avião e dava aquele frio na barriga assustador.

Nesse tempo, no meio de uma turbulência mais forte, as aeromoças interromperam o serviço de bordo, sentaram-se, colocaram o cinto e pediram pra que todos verificassem se os cintos estavam devidamente colocados e ajustados, disseram que, em caso de emergência, máscaras de oxigênios cairiam sobre nossas cabeças, e também que as poltronas eram flutuantes. 


Aí pensei: de que me salvaria um cinto de segurança, uma máscara de oxigênio e uma poltrona flutuante em caso de uma queda de avião? Todas essas medidas de seguranças são inúteis. Em vez de investir em tudo isso, eles podiam contratar padres, pastores, rabinos e outros representantes religiosos pra preparar nossa alma pra encontro de Deus, não há o que fazer. Ou por caso, você, meu caro leitor, conhece alguém ou alguma história de gente que sobreviveu a algum desastre envolvendo aviões por causa da eficiência de um cinto de segurança?

Esses pensamentos pessimistas só fez piorar a situação, a pior coisa era quando sentia que aquela "jabiraca" não chacoalhava só de um lado pro outro, mas também de cima pra baixo, o que era muito pior e me deu até ânsia.

Tentei manter a calma e transparecer que aquilo era normal, que estava totalmente acostumada. A pessoa do meu lado acho que fazia o mesmo. Quando a porcaria daquela aeronave pousou toda "troncha", depois de várias acrobacias que o piloto fez no ar (cheguei a quase pensar que era a esquadrilha da fumaça), cheguei a quase ter a sensação de que poderia estar a salvo, mas daí me lembrei do acidente em Congonhas com o avião da TAM e fiquei mais em pânico do que nunca.

Finalmente me acalmei quando peguei a minha mala, sempre tenho medo que a extraviem e a mande lá pro nordeste, e abracei minha irmã que me esperava toda alegre no aeroporto. Nesse momento, segurando minha mala, dei por conta de que não morrera e aquilo foi só uma experiência bem ruim pra aprender a nunca mais viajar com a TRIP ou qualquer outra operadora de vôo (sim, com acento, detesto as novas normas ortográficas) cujos aviões sejam minúsculos.

Na volta, apesar do vôo super tranquilo, aprendi mais uma coisa pra evitar sustos e semi-gritinhos: não sentar na poltrona que fica em cima do trem de pouso. Quando o trem de pouso é acionado para o pouso, aquilo faz um barulho que quase aconteceu um acidente biológico com o susto, a primeira coisa que me veio a cabeça foi de um buraco se abrindo debaixo de mim e que em vez de máscaras de oxigênio seria mais útil um para-quedas que pode se transformar num bote flutuante.

Espera aí! É isso que os aviões precisam, para-quedas que podem se transformar em botes flutuantes e em vez de fone na hora do embarque, as aeromoças podiam entregar roupas térmicas pra que em caso emergenciais, não morrêssemos congelados devido a temperatura de altitude. Não sei se isso é fisicamente possível, mas faz mais sentido que poltronas flutuantes, máscaras de oxigênio e cinto de segurança.

sábado, 27 de agosto de 2011

Nunca entendi o uso da expressão "há males que vem para o bem", sempre pensei que isso era ilógico, males vem pra males mesmo, nós, como seres humanos, adquirimos uma habilidade de regenerarmos dos males. Algumas semanas atrás a vida me deu a oportunidade de perceber que é possível um "mal" vir pra o bem sim.

Primeiro aquele choque: isso não pode estar acontecendo, não comigo, não agora. Mas o que tem que acontecer acontece e ponto. A primeira reação é encontrar motivos, razões para merecer tantos dissabores. Pensei: se estou passando por isso, em algum momento da vida fui muito malvada com alguém e mereço a dor que estou sentindo, ou, preciso passar por isso para aprender valorizar algo de muito bom que está por vir.

De repente, o que parecia uma tremenda falta de sorte, torna-se um "acordar para a realidade" e aquilo que parecia um mal torna-se a oportunidade para fazer a diferença numa história.

Depois de tanto questionar a Deus o porquê daquilo tudo, eu pude entender: não é que Deus escreve certo por linhas tortas, ele é um ser perfeito, e portanto, escreve certo, no momento certo e da maneira certa.

E o que de repente parecia o fim de uma linda e sincera história, foi a oportunidade de um recomeço. Recomeço que significa total entrega aos sentimentos que une duas pessoas e a vontade de mergulhar de cabeça, soltar-se a favor do vento para que ele leve aonde tiver que levar.

Com 25 anos de idade, nunca tinha ouvido a frase: namora comigo? Não sabia que era tão emocionante ao ponto de faltar a voz, do coração parar e ao lembrar desse momento eu choro de felicidade. Não foi um pedido de alguém que conheci a um mês atrás, foi de alguém que desde a primeira vez que o ví senti que tinha nascido para viver uma linda história, com um final muuuuuito feliz. Talvez ele seja daqui 1 mês, daqui um ano, talvez seja pela finitude da vida, mas com certeza não será sinônimo de dor e tampouco resultará num coração partido.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Estou prestes a completar 1 ano de blogue. Nesse período muita coisa aconteceu, claro! A vida não pára e a minha inquietude faz com que pra mim, a vida aconteça bem mais rápido, quer prova? 

Pois bem, nesta mesma época no ano passado morava em Maringá, estava arrumando minhas malas pra ir pra casa dos meus pais em Guarapuava e aguardar pela vida. Perdi meu Avô paterno, umas das consequências da vida. Viajei pra Campinas, na casa da minha irmã Lilian, depois fui pra São Paulo na casa da minha irmã Leli e meus irmãos de consideração, voltei pra Guarapuava. Passei por Irati pra me despedir de uma pessoa que sabia que não me faria bem continuar mantendo contato, mas não deu certo... Nunca conseguimos ficar sem se falar, mesmo sabendo que isso podia ser errado, mesmo sabendo que conviver com o orgulho de não querer voltar atrás me fizesse mal. 

Diante disso, formou-se um desafio pra ambos: achar um ponto de equilíbrio pra não nos machucarmos, quando estávamos perto de conseguir, viajamos pra fazer o vestiba da UFPR juntos e inventamos de ficar na praia, era feriado de novembro, claro que não deu certo, estragamos tudo! Voltei pra guarapuava com o coração cheio de mágoas, mas disposta a tirar delas a força para escrever uma nova página, com uma nova história e novos personagens.

A vida fez sua parte, na mesma semana arrumou uma entrevista numa das big four de auditoria do mundo aqui em Curitiba. Vim pra cá sabendo que algo novo me esperava, sem saber ao certo o que seria. Curitiba foi tão agradável que eu nunca mais quis ir embora. 

No mais, quem lê meu blogue sabe tudo de bom que tem acontecido em Curitiba. Apesar de reclamar todos os dias do transporte coletivo que de modelo não tem nada, quando chego na empresa percebo que valeu a pena a ida sofrida pro trabalho e no final da tarde, quando chego na casa em que moro com minha irmã Leli, Rico e André, percebo que o estres da volta valeu a pena. Dane-se se as pessoas aqui não sabem esperar o desembarque para embarcar no ônibus e dane-se mais ainda se eles não entendem aquela mensagem: evitem permanecer na porta 3 para facilitar o embarque.

O que mais me deixavam triste em Maringá era a sensação de abandono, aqui, todo mundo nos visita, nossa casa vive cheia de pessoas queridas, até minha irmã Lilian com as crianças já vieram nos visitar.

Não sei aonde estarei no ano que vem, mas por esse ano, agradeço a Deus por tudo que passei e por tudo que tem me dado de novidade e pelo que me devolveu. Desistimos de tentar achar um ponto de equilíbrio, de ficar longe, sem se falar, ele desistiu do orgulho e voltou atrás, afinal, a vida nos colocou a menos de 2km de distância um do outro. Ainda tenho dificuldades pra lidar com as mágoas do passado, mas aos poucos vou esquecendo, aquele sorriso faz qualquer coisa valer a pena. Lembrando disso penso que a única coisa que não mudou de um ano pra cá, foi o homem que me faz rir.

Ainda não viajei pra Austrália, não conheci o Camboja, não fui pros Alpes Suiços nem pra Cordilheira dos Andes e nem bebi cerveja nos Pubs de Dublin. Perdi o show de duas bandas que amo de paixão, mas isso tudo não vai me cegar diante de tanta coisa boa que me ocorreu, inclusive passar a virada do ano em Campo Largo. Isso foi um marco, sem dúvidas!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ontem fui num almoço com o pessoal do trabalho. Primeiramente, quero ressaltar que foi maravilhoso em todos os sentidos: da comida as  incríveis companhias. Mas entre um assunto e outro, uma coisa me intrigou.

Convivo com pessoas de pensamento totalmente burguês. Entre várias conversas na mesa, chegou a pauta a greve dos metalúrgicos. Falamos o quanto as exigências dos trabalhadores são abusivas, o quanto o sindicato dos metalúrgicos é forte e o porquê dele ser tão forte. (Lembram do nosso ex-presidente Lula? Então, ele que fundou a força sindical metalúrgica. Isso explica a força). Não me lembro até que ponto chegamos no assunto, mas no meio da conversa, uma das minhas ilustres colegas de trabalho contou que esses dias passando pela  praça 29 de março, tinha um protesto dos nossos amigos sem-terra, e que sua vontade era passar com o carro em cima de todo mundo, gritando: vão trabalhar, vagabundos!

Na hora, não concordei com o que ouvi, mas todos concordaram ou consentiram, não quis polemizar a mesa com a minha opinião contrária, acho isso uma falta de cordialidade e totalmente desnecessário. Porém, passei uns 15 minutos pensando sobre a situação e duas coisas me vieram a cabeça: admiro as pessoas que fazem uso da liberdade do nosso regime democrático e pessoas com ideias (sem acento mesmo, pessoas!) radicais descem no meu conceito.

Não quero entrar no motivo pelo qual o movimento sem-terra luta. Quero abordar somente o direito constitucional que todos temos de lutar pelos nossos ideais, sejam eles quais forem, e expressar nossa opinião. Direito este que foi conquistado com muitas mortes e torturas de um povo que não se conformava com um regime totalitário e ditatorial. Na época, todos tinham consciência de que isto poderia custar suas vidas, mas lutaram por aquilo que acreditavam ser o correto e por um país melhor para as gerações futuras. Herdamos nossa liberdade de expressão deles e o que estamos fazendo dela?

Eu confesso que não estou fazendo nada, só reclamando. Meu trabalho é ver todos os dias um sistema tributário abusivo e que não funciona como deveria funcionar, mas não faço nada pra mudá-lo. Pois bem, além de não fazer nada vou criticar aqueles que fazem? Certos ou errados, eles estão na rua gritando por aquilo que acreditam. Ou estão em programas de TV, como o CQC, mostrando a sujeira que nossos lideres políticos compactuam com o nosso consentimento, se mostram de forma correta, não sei, mas estão fazendo algo que não faço.

É por isso que não consigo aceitar pessoas tão radicais ao expressar seus pontos de vista, não sei se estou sendo radical agora, na verdade estou tentando narrar a realidade que vivo e aproveito para pedir a você, que está lendo, que, por favor, se não faz nada pra melhorar o país que vivemos, se só faz uso da nossa democracia na hora de votar, não critique! Deixe as pessoas usarem nosso direito constitucional conquistado com muita luta daqueles que não se conformaram e foram para as ruas manifestar suas opiniões.

Bem, pra não terminar só nas minhas palavras, quero compartilhar o art. 5° da CF/1988, até o inciso VIII, ele é a coisa mais linda do mundo, sou apaixonadíssima por ele, seria perfeito se funcionasse.



"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:


I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;


II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;


III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;


VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;


VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;


VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
(...)"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eu tive uma experiência de quase morte e preciso compartilhar com todos vocês.

Antes de contá-la, gostaria de ressaltar que é impressionante como conseguimos pensar mil coisas ao mesmo tempo quando achamos que estamos a beira da morte. A maioria não tem muito nexo, pelo menos as minhas. (Lembrando que 90% das coisas que eu penso não tem nexo, independente do momento).

Agora, indo direto ao acontecimento: era uma bela quarta-feira de sol, véspera do meu aniversário. Pela manhã fui num debate da Ernst Young no Bourbon com a minha chefe e quando encerrou decidimos almoçar juntas na Kauf. Chegando lá, a Cintia (minha chefe) escolheu uma mesa lá no cantinho, debaixo do mezanino, parecia um lugar agradável. Em seguida, chegou o nosso diretor que sentou pra almoçar com a gente e a companhia se fez mais agradável. A conversa animada, a comida saborosa, estava tudo perfeito até então.

Já havíamos terminado de comer e estávamos prestes a pedir a conta pra voltarmos ao trabalho, apenas esperando nosso diretor concluir um assunto. Enquanto ele falava, comecei olhar pra cima e perceber que o teto de gesso "meio" que estava rachando, até consegui ouvir ruídos. Pensei em entrar debaixo da mesa e ao mesmo tempo pensei que poderia ser impressão minha, assim, ficaria muito feio eu me esconder do nada debaixo da mesa. Esse raciocínio todo aconteceu em, no máximo, 10 segundos, quando conclui que poderia ser impressão, o gesso desabou na minha cabeça para provar o contrário. Não estou exagerando, eu fui a única atingida em cheio pelo gesso.

Quando o gesso caiu, a sensação que tive era de que tudo estava vindo abaixo, o mezanino inteiro e mais as pessoas que almoçavam em cima dele. Pensei que ía morrer, JURO! Sem exagero algum. Meu susto foi tão grande que nem consegui gritar ou correr. Quando me dei por conta, meu diretor estava a uns 2 metros de distância da mesa (pra quem joga RPG: ele tirou 20 no dado fazendo o teste de observar, e mais 20 no teste reflexo, e eu tirei 8 no observar e 0 no reflexo) e minha chefe segurava a minha mão. Por alguns momentos pensei que quando abrisse o olho estaria no céu ou inferno, mas não... estava viva pra contar a história, apenas com uns 4 galos na cabeça, pois na hora do desabamento, em vez de usar as mãos para proteger minha cabeça, preferi proteger meu óculos de sol, meu Rauph Lauren que comprei não tem 6 meses. Minha chefe não teve a mesma sorte, ela preferiu segurar a minha mão e o Ray Ban dela ficou todo riscado.

Além de descobrir que sou muito materialista, descobri também que a Kauf não considera seus clientes. Mesmo sabendo onde trabalho e até tendo meu telefone, nem ligaram pra saber se estava viva ou se entrei em coma segundos depois, tampouco pra me cobrar a conta que deixei de pagar na hora do desespero. Mas aí lembrei que estou em Curitiba e aqui tanto faz se você está vivo ou morto.

O que importa é que no final da história Leila e Rauph Lauren passam bem!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As coisas mudam tão rápido, em frações de segundos a vida pode tomar um rumo inesperado. 2011 começou cheio de coisas inesperadas, parte reflexo de 2010, mas são coisas maravilhosas.

Quando morava em Maringá, o que mais me fazia sofrer era a distância da família e dos amigos, que também são minha família. Pensando em unir o útil ao agradável, planejei ir morar em Sampa, perto de parte da família e junto dos meus melhores amigos. De uma hora pra outra tudo desmorou, os planos frustraram-se e tive que me reprogramar conforme a música. 

Na opção de me deixar levar pela vida, vim parar em Curitiba. Lembro-me de uma madrugada em que falava no celular com o Alfredo e ele comentou: há uma possibilidade de eu ir morar em Curitiba, vamos? Eu, mais que depressa, respondi: Você está louco, detesto Curitiba, é uma cidade linda com pessoas feias e mal educadas.  Hoje, aqui estou. O que não esperava era que minha irmã Leli e a maioria dos meus amigos, na verdade só o João ficou pra trás, viriam pra cá. Até o último momento não acreditei. Mas dias atrás, eles cá vieram para procurarmos casa. Andamos, suamos o dia todo, pegamos inúmeros taxis, insolação, mas fechamos um contrato com uma casa. Mesmo na correria, andando num sol escaldante, não perdemos o bom humor e isso me faz lembrar porque somos amigos a tantos anos. Nessa situação, criamos um novo lema: ah, é perto.Vamos a pé, já que estamos aqui...

Isso tudo faz parte de uma nova fase pra todos nós. Estamos esperançosos, na certeza de que estamos escolhendo o melhor caminho pra ser feliz. Talvez, não seja o caminho mais fácil, mas com certeza a união que sempre tivemos fará qualquer obstáculo virar uma aventura de RPG. 

Esse post é somente pra dizer as pessoas que fazem parte do grupo de pessoas mais importantes na vida, que sejam bem vindos. Leli, Rico, André e Alfredo: sejam bem vindos a Curitiba. Que ela sorri pra vocês como sorriu pra mim e que os acolha com os mesmos braços calorosos que me acolheu! Muita força nessa etapa, pensamento de vencedor e tudo dará certo, não vejo como dar errado. Amo vocês!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Completei 2 meses em Curitiba. Quero aproveitar para contar meus últimos devaneios. 

Por algum tempo pensei em esconder com a minha vida, com a vida de mamãe e da minha priminha Nilséia, mas pode ser considerado um pecado não compartilhar.

Antes da virada do ano, meus pais e Nilséia vieram me visitar. Andando por aí, decidimos ir comer alguma coisa no Shopping Estação. Ao entrarmos, eu comentei: credo gente, como esse shopping é escuro. Minha mamãe só falou: tira os óculos de sol.

Não fiquei contente só com essa. Mais tarde levei a Nilséia no IMAX, na bilheteria a moça me vira o monitor e pede pra eu escolher o lugar. Talvez pela modernidade atual ou do próprio IMAX, pensei que a tela era touch screen e comecei a apertar a poltrona que eu queria freneticamente, até que me dei por mim e percebi que só era um monitor normal, desses que a gente tem em casa. Não me restou alternativa, tive que morrer de vergonha, certas coisas melhor nem explicar, se é que isso teria alguma explicação.

Bem, pra encerrar, essa semana no escritório, já no final da tarde, veio a Melissa da copa dizendo que tinha quebrado o nosso filtro de água, que o botão emperrou e não parava mais de sair água e que, em caráter de urgência, puxou o fio do filtro da tomada. Depois de alguns minutos, levantei-me com calma e fui até a copa. Mexi nos botões e liguei o filtro novamente na tomada. Funcionou perfeitamente. Tomei minha água gelada e voltei pro meu lugar. No outro dia, quando cheguei, fui direto tomar água. Na verdade tomei um chá, porque o filtro não estava funcionando. Assim passamos o dia, tomando um chá pra matar a sede, até que umas horas da tarde o filtro começou a tremelicar e zunir de um jeito esquisito. Ainda bem que uma pessoa sensata verificou que o filtro 110 tinha sido ligado no 220. Pensei em ficar quieta, mas não me aguentei. Levantei as duas mãos e disse: Fui eu!

Como uma boa aspirante a advogada, já olhei pra Melissa falando: oh, responsabilidade solidária, a culpa também é sua!

É gente, tem certas coisas que não mudam, só se forem pra pior. Mas garanto que sou feliz assim, até o dia que não botar fogo em mim mesma, acidentalmente, claro!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Se tivesse que definir 2.010 em uma palavra seria: SURPREENDENTE! Coisas que jamais imaginei aconteceram, mas vamos por partes...

De janeiro a março tudo que eu fiz foi trabalhar, em média 12h por dia, inclusive aos sábados. Sem vida social, arrumei uma companhia virtual. Pois é! Nunca imaginei que a beira dos meus 24 anos me deixaria levar por esse rumo, mas me deixei. Foi surpreendente a forma como tudo começou, como me apaixonei e mais ainda quando tudo terminou.  Conseguimos passar 4 meses falando todos os dias, em média 5 horas/dia e hoje não conseguimos trocar 4 palavras sem nos desentender. Mas agora não posso mais criticar paixões virtuais, já vivi uma.

Ir embora de Maringá era tudo que mais queria. Tudo naquela cidade perdeu o sentido pra mim, tinha a sensação de estar vegetando e definhando. O plano era ir pra São Paulo em julho. Acabei atendendo uma solicitação do meu amado papai e fui pra Guarapuava, antes de ir embora definitivo. Nesse meio tempo, várias coisas que me levariam a São Paulo começaram a dar errado. De repente me ví fazendo a inscrição pro vestibular da UFPR e, a contra gosto, comecei a imaginar minha vida em Curitiba com a ajuda da minha amiga Mandy, que veio pra cá primeiro. Ainda no dia da primeira fase do vestiba não conseguia me imaginar aqui, saí da prova, sentei num barranco no Jd. Botânico pra esperar minha carona e comecei a me deprimir com a idéia de morar em Curitiba, como se aqui não houvesse lugar pra mim. Viajei de Curitiba a Ponta Grossa falando o indispensável e chorando por dentro. Quando cheguei em Guarapuava procurei não pensar mais nisso, coloquei como propósito que se aqui fosse meu lugar, tudo daria certo, sem esforço algum! A parte que segue vocês conhecem. Foi surpreendente a maneira como cheguei aqui, como me instalei e como me apaixonei por esse lugar e pela vida que estou levando. Com exceção dos meus dias com TPM, não tenho ficado triste. A vida me surpreendeu com um apartamento super legal pra morar, deu-me um trabalho com a função que mais gosto a 12 minutos a pé do meu ap. e pra que eu não ficasse sozinha, moro com a minha melhor amiga, a Mandy e tem a Camila, que conheço a pouco, mas tem se revelado uma amiga maravilhosa. Poderia me sentir feliz com tudo isso, mas a vida ainda quis ser mais gentil: pra que eu não me sentisse carente, permitiu que eu conhecesse um homem encantador no meu primeiro dia em Curitiba e enquanto fizermos bem um ao outro, sei que ele não vai sair do meu lado, não namoramos, ou seja, nada que fazemos é por obrigação, é simplesmente porque apreciamos a companhia um do outro.

Tem partes bem tristes em 2.010, tem dias de choro, de desespero, mas que não vale a pena serem relatadas diante de tanta coisa maravilhosa e surpreendente que aconteceu. Aprendi que temos que deixar a vida nos levar. E que ela continue me levando, não preciso deixar de viver o presente imaginando pra onde, confio nela!