quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Completei 2 meses em Curitiba. Quero aproveitar para contar meus últimos devaneios. 

Por algum tempo pensei em esconder com a minha vida, com a vida de mamãe e da minha priminha Nilséia, mas pode ser considerado um pecado não compartilhar.

Antes da virada do ano, meus pais e Nilséia vieram me visitar. Andando por aí, decidimos ir comer alguma coisa no Shopping Estação. Ao entrarmos, eu comentei: credo gente, como esse shopping é escuro. Minha mamãe só falou: tira os óculos de sol.

Não fiquei contente só com essa. Mais tarde levei a Nilséia no IMAX, na bilheteria a moça me vira o monitor e pede pra eu escolher o lugar. Talvez pela modernidade atual ou do próprio IMAX, pensei que a tela era touch screen e comecei a apertar a poltrona que eu queria freneticamente, até que me dei por mim e percebi que só era um monitor normal, desses que a gente tem em casa. Não me restou alternativa, tive que morrer de vergonha, certas coisas melhor nem explicar, se é que isso teria alguma explicação.

Bem, pra encerrar, essa semana no escritório, já no final da tarde, veio a Melissa da copa dizendo que tinha quebrado o nosso filtro de água, que o botão emperrou e não parava mais de sair água e que, em caráter de urgência, puxou o fio do filtro da tomada. Depois de alguns minutos, levantei-me com calma e fui até a copa. Mexi nos botões e liguei o filtro novamente na tomada. Funcionou perfeitamente. Tomei minha água gelada e voltei pro meu lugar. No outro dia, quando cheguei, fui direto tomar água. Na verdade tomei um chá, porque o filtro não estava funcionando. Assim passamos o dia, tomando um chá pra matar a sede, até que umas horas da tarde o filtro começou a tremelicar e zunir de um jeito esquisito. Ainda bem que uma pessoa sensata verificou que o filtro 110 tinha sido ligado no 220. Pensei em ficar quieta, mas não me aguentei. Levantei as duas mãos e disse: Fui eu!

Como uma boa aspirante a advogada, já olhei pra Melissa falando: oh, responsabilidade solidária, a culpa também é sua!

É gente, tem certas coisas que não mudam, só se forem pra pior. Mas garanto que sou feliz assim, até o dia que não botar fogo em mim mesma, acidentalmente, claro!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Se tivesse que definir 2.010 em uma palavra seria: SURPREENDENTE! Coisas que jamais imaginei aconteceram, mas vamos por partes...

De janeiro a março tudo que eu fiz foi trabalhar, em média 12h por dia, inclusive aos sábados. Sem vida social, arrumei uma companhia virtual. Pois é! Nunca imaginei que a beira dos meus 24 anos me deixaria levar por esse rumo, mas me deixei. Foi surpreendente a forma como tudo começou, como me apaixonei e mais ainda quando tudo terminou.  Conseguimos passar 4 meses falando todos os dias, em média 5 horas/dia e hoje não conseguimos trocar 4 palavras sem nos desentender. Mas agora não posso mais criticar paixões virtuais, já vivi uma.

Ir embora de Maringá era tudo que mais queria. Tudo naquela cidade perdeu o sentido pra mim, tinha a sensação de estar vegetando e definhando. O plano era ir pra São Paulo em julho. Acabei atendendo uma solicitação do meu amado papai e fui pra Guarapuava, antes de ir embora definitivo. Nesse meio tempo, várias coisas que me levariam a São Paulo começaram a dar errado. De repente me ví fazendo a inscrição pro vestibular da UFPR e, a contra gosto, comecei a imaginar minha vida em Curitiba com a ajuda da minha amiga Mandy, que veio pra cá primeiro. Ainda no dia da primeira fase do vestiba não conseguia me imaginar aqui, saí da prova, sentei num barranco no Jd. Botânico pra esperar minha carona e comecei a me deprimir com a idéia de morar em Curitiba, como se aqui não houvesse lugar pra mim. Viajei de Curitiba a Ponta Grossa falando o indispensável e chorando por dentro. Quando cheguei em Guarapuava procurei não pensar mais nisso, coloquei como propósito que se aqui fosse meu lugar, tudo daria certo, sem esforço algum! A parte que segue vocês conhecem. Foi surpreendente a maneira como cheguei aqui, como me instalei e como me apaixonei por esse lugar e pela vida que estou levando. Com exceção dos meus dias com TPM, não tenho ficado triste. A vida me surpreendeu com um apartamento super legal pra morar, deu-me um trabalho com a função que mais gosto a 12 minutos a pé do meu ap. e pra que eu não ficasse sozinha, moro com a minha melhor amiga, a Mandy e tem a Camila, que conheço a pouco, mas tem se revelado uma amiga maravilhosa. Poderia me sentir feliz com tudo isso, mas a vida ainda quis ser mais gentil: pra que eu não me sentisse carente, permitiu que eu conhecesse um homem encantador no meu primeiro dia em Curitiba e enquanto fizermos bem um ao outro, sei que ele não vai sair do meu lado, não namoramos, ou seja, nada que fazemos é por obrigação, é simplesmente porque apreciamos a companhia um do outro.

Tem partes bem tristes em 2.010, tem dias de choro, de desespero, mas que não vale a pena serem relatadas diante de tanta coisa maravilhosa e surpreendente que aconteceu. Aprendi que temos que deixar a vida nos levar. E que ela continue me levando, não preciso deixar de viver o presente imaginando pra onde, confio nela!