Completei 2 meses em Curitiba. Quero aproveitar para contar meus últimos devaneios.
Por algum tempo pensei em esconder com a minha vida, com a vida de mamãe e da minha priminha Nilséia, mas pode ser considerado um pecado não compartilhar.
Antes da virada do ano, meus pais e Nilséia vieram me visitar. Andando por aí, decidimos ir comer alguma coisa no Shopping Estação. Ao entrarmos, eu comentei: credo gente, como esse shopping é escuro. Minha mamãe só falou: tira os óculos de sol.
Não fiquei contente só com essa. Mais tarde levei a Nilséia no IMAX, na bilheteria a moça me vira o monitor e pede pra eu escolher o lugar. Talvez pela modernidade atual ou do próprio IMAX, pensei que a tela era touch screen e comecei a apertar a poltrona que eu queria freneticamente, até que me dei por mim e percebi que só era um monitor normal, desses que a gente tem em casa. Não me restou alternativa, tive que morrer de vergonha, certas coisas melhor nem explicar, se é que isso teria alguma explicação.
Bem, pra encerrar, essa semana no escritório, já no final da tarde, veio a Melissa da copa dizendo que tinha quebrado o nosso filtro de água, que o botão emperrou e não parava mais de sair água e que, em caráter de urgência, puxou o fio do filtro da tomada. Depois de alguns minutos, levantei-me com calma e fui até a copa. Mexi nos botões e liguei o filtro novamente na tomada. Funcionou perfeitamente. Tomei minha água gelada e voltei pro meu lugar. No outro dia, quando cheguei, fui direto tomar água. Na verdade tomei um chá, porque o filtro não estava funcionando. Assim passamos o dia, tomando um chá pra matar a sede, até que umas horas da tarde o filtro começou a tremelicar e zunir de um jeito esquisito. Ainda bem que uma pessoa sensata verificou que o filtro 110 tinha sido ligado no 220. Pensei em ficar quieta, mas não me aguentei. Levantei as duas mãos e disse: Fui eu!
Como uma boa aspirante a advogada, já olhei pra Melissa falando: oh, responsabilidade solidária, a culpa também é sua!
É gente, tem certas coisas que não mudam, só se forem pra pior. Mas garanto que sou feliz assim, até o dia que não botar fogo em mim mesma, acidentalmente, claro!